Estudo feito dentro do grupo de pesquisa Alumni faz um diagnóstico das redes de colaboração entre docentes e egressos no curso de Pós-Graduação da Psicologia/UFMG

Clarice Batista, biblioteconomista (UFMG) e mestre em Psicologia (UFMG), fez uma análise da rede de colaboração científica do curso de doutorado de Pós-Graduação em Psicologia/UFMG. A partir das informações contidas na plataforma Lattes, Clarice teve acesso aos artigos produzidos pelos egressos e mapeou os enlaces formados entre estes, os docentes e outros atores. Os resultados encontrados formam um verdadeiro diagnóstico da colaboração científica na pós-graduação da Psicologia/UFMG, com informações sobre o papel do egresso na descentralização e internacionalização da atividade colaborativa na produção de conhecimento. Para ver os detalhes dos resultados alcançados, pode-se acessar o site Colaboratório Alumni

INTERIORIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Em entrevista realizada com Clarice, ela nos explicou que seu interesse na pesquisa com egressos está ligado à sua participação no grupo de pesquisa Alumni. A partir do apoio dos membros do Alumni, ela decidiu pesquisar algo dentro da Psicologia sobre os egressos. Já com o objeto de estudo definido, ela utilizou o software ScriptLattes, para identificação e extração dos artigos científicos da Plataforma Lattes, e o Gephi, para visualização dos mapas gerados. Em análise feita, ela conta como o papel dos egressos contribui para expandir a produção científica, para além do eixo sul-sudeste no Brasil:

“No meu entender, quando os egressos procuram por coautores para produzir artigo científico, eles estão mais abertos a procurar pesquisadores de outros lugares, do que os docentes já consolidados nas instituições. O docente teria que sair da sua zona de conforto ao procurar por coautores em outra Universidade, pois seus colegas já estão ali, muito mais acessíveis, com maior proximidade geográfica e de linguagem. Os egressos, diferentemente, saem das instituições com uma sede para produzir, querendo e precisando publicar artigos científicos e isso cria um espalhamento da produção científica. Isso é positivo para os programas de pós-graduação, inclusive, pois o espalhamento da produção acadêmica é ponto de avaliação da CAPES. O egresso, ao publicar com um autor de outra instituição faz mais um laço do Programa de Psicologia/UFMG com outro lugar, institucionalmente falando. O egresso tem mais força neste âmbito do que o docente, por exemplo, porque este já tem laços muito bem firmados”.

E, de fato, Clarice mostra como os egressos do doutoramento da Psicologia/UFMG produziu com diversas instituições, em várias regiões do Brasil. Dos 19 estados brasileiros que possuem programa de pós-graduação em Psicologia, os egressos de doutorado da psicologia/UFMG criou elos com instituições de 14 estados diferentes. Veja: 

Fonte: Clarice Batista (2019), no prelo.

INTERNACIONALIZAÇÃO DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS


Se por um lado os egressos do Programa de Pós Graduação da Psicologia/UFMG formam um grupo importante para a disseminação do fazer científico dentro do país, por outro lado este caminho é mais dificultado em termos de colaboração internacional. Clarice, durante a entrevista, conta que a produção de artigos com autores vinculados às instituições do exterior foi muito baixa: dos 753 artigos analisados, apenas 20 deles (2,6%) tem colaboração internacional, prevalecendo a proximidade linguística para os países de parceria. Além disso, foram poucos os artigos publicados em periódicos estrangeiros, apenas 7,3%, o que denota baixa visibilidade internacional do Programa de Pós-Graduação em Psicologia/UFMG. 


 Fonte: Clarice Batista (2019), no prelo.
Diante do cenário apresentado, a aposta de Clarice está em estimular as parcerias e oportunidades de colaboração científica, com atenção ao papel do egresso nesse contexto, pois ele pode ser um ponto nodal para o aumento na produção de conhecimento da instituição e para a formação de novas parcerias colaborativas para os Programas de Pós-Graduação.

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