Inserção de egressos no mercado de trabalho

Bruna de Jesus e colaboradoras (2013) realizaram um estudo exploratório-descritivo a fim de entender como se dá a formação crítico-criativa dos enfermeiros no mercado de trabalho. Por meio de entrevistas com 15 profissionais egressos do curso de Enfermagem da UFSC, as autoras identificaram pontos cruciais para desenvolvimento de competências que facilitam a inserção no mercado de trabalho.

Os entrevistados entenderam que a entrada no mercado de trabalho seria mais facilitada se estivessem preparados para realização de concursos. Também fez parte dos relatos que possuir postura profissional adequada e uma boa rede de relacionamentos interpessoais são pontos favoráveis para a inserção no mercado de trabalho. A formação também atua fundamentalmente na construção de habilidades e capacidades técnicas. As autoras entenderam que, com a falta de experiências profissionais anteriores, é necessário que as Universidades priorizem o conhecimento científico e desenvolvimento de habilidades práticas de maneira mais aproximada às exigências do mercado de trabalho, para que os egressos tenham uma transição  menos dificultosa para o mundo profissional. 

Quanto à inserção no primeiro emprego depois de formados, os entrevistados afirmaram que a adequada interação entre a equipe de trabalho - caracterizada pela boa comunicação, bom relacionamento entre os profissionais, comprometimento de todos os envolvidos, motivação, realização pessoal, dentre outros - facilita a prática laboral. O profissional que é bem acolhido sente-se seguro para realizar seu trabalho e buscar autonomia dentro do cenário prático em que está inserido. Por outro lado, o relacionamento conflituoso em um ambiente de trabalho é visto como um obstáculo na prática profissional. Nesse contexto, torna-se importante que a equipe saiba conviver com as diferenças e individualidades de cada pessoa, visto que todos trabalham em prol de um objetivo comum. 

Nas entrevistas, os egressos, de maneira geral, disseram que experimentaram dificuldade em ocupar cargos de liderança ou supervisão de equipe no início da carreira, pois a pouca experiência profissional colocavam seus colegas de trabalho em dúvida quanto a sua capacidade de  liderança. Por isso mesmo, os entrevistados dizem que é necessário que se demonstre segurança e autonomia frente à equipe que é supervisionada, com o objetivo de incentivá-la e orientá-la na execução de suas atividades.

Em relação ao preparo para atuar como docente, os relatos demonstram que, durante a graduação, o contato com os grupos de pesquisa auxiliaram no processo de inserção. Os grupos de pesquisa existentes nas Universidades atuam como base para o desenvolvimento dos programas de pós-graduação, sendo estes responsáveis pela formação inicial do pesquisador. Ainda como facilitadora no desenvolvimento do trabalho docente, a metodologia aplicada durante a graduação pode influenciar de maneira positiva o novo profissional, que, ao se deparar com o mercado de trabalho, busca se espelhar em alguns professores, reforçando a ideia de que tal metodologia utilizada durante sua graduação foi eficaz.

Outro aspecto relevante foi a respeito da continuidade da formação voltada para a área de atuação profissional. Assim, a Educação Permanente, como um prática cotidiana, permite aos enfermeiros adquirirem habilidades e competências que geram a reflexão e a modificação das ações, resultando no fortalecimento da profissão e melhoria da qualidade da assistência prestada, tendo a práxis como meio.

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