Pequeno Raio-X do sistema de Pós-graduação no Brasil
Você sabia que o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) percorre um caminho de forte expansão? É o que o estudo de Marília Morosini vem mostrar, ao explicitar algumas dessas diferenças por ano, e você pode conferir aqui algumas dessas alterações!
Em 1987, o número de egressos titulados na pós-graduação era de 3.647 mestres e 868 doutores. Em 2007, por sua vez, esse número subiu para 32.899 mestres e 9.919 doutores.
Em 1996, haviam 1.950 cursos de pós-graduação no Brasil; em 2006, vai para 3.409.
Essa expansão manteve-se caracterizada pela diversificação dos cursos, de acordo com as áreas de conhecimento, com maior desenvolvimento da área das ciências sociais aplicadas e do paradigma transdisciplinar da ciência. Este último apontamento, inclusive, pode sugerir uma disputa da visão de ciência, entre o paradigma disciplinar e transdisciplinar.
Dentre as instituições de ensino, e considerando o ano de 2009, percebe-se que:
A maioria dos programas de pós-graduação está nas IES federais (1.280).
As IES estaduais ficam em segundo lugar, com 621 programas de pós-graduação.
Em terceiro e quarto lugar estão as IES privadas e municipais, com 493 e 16 programas, respectivamente.
Esses dados podem ser explicados pelo fato de a pesquisa, enquanto função, ser muito onerosa para as instituições, já que elas precisam dar conta do quadro de pessoal, da infra-estrutura laboratorial, de bolsas e outros apoios a projetos. Muitas IES privadas oferecem os cursos pós graduados com o objetivo mais restrito ao ensino, e não de produção científica.
Mesmo com esses dados que, à primeira vista, parecem ser positivos, as assimetrias e desigualdades são evidentes dentro do sistema de pós-graduação, tais quais:
Falta de planejamento para crescimento organizado do SNPG.
Pouca concentração de programas de pós-graduação no interior do país, denotando desigualdades regionais e estaduais.
Diferença significativa entre o número de matriculados nos cursos pós graduados e as titulações.
Reduzida disponibilidade financeira para capacitação dos docentes universitários.
Esses e outros apontamentos que enfraquecem o potencial da Pós-Graduação no Brasil são explicitados no texto original. Entendendo que a Ciência e Tecnologia são focos fundamentais para o desenvolvimento no país, inclusive a nível global, se faz urgente que esses desafios sejam superados, por meio de práticas robustas e consolidadas pelas políticas de Estado, contando com políticas públicas que façam o SNPG crescer com qualidade e relevância.
__________
Comentários
Postar um comentário