A atuação profissional dos egressos como importante dimensão no processo de avaliação de Programas de Pós-Graduação (Ortigoza, Poltroniéri, Machado, 2012)

Em concordância ao que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) têm manifestado, sobre a importância de colocar a atuação profissional dos egressos no processo de avaliação dos Programas de Pós-Graduação (veja mais detalhes aqui), as Professoras Doutoras da UNESP Silvia Ortigoza, Lígia Poltroniéri e Lucy Machado publicaram um artigo relatando a experiência de construção de um instrumento para realizar tal avaliação no Programa de Pós-Graduação da Geografia/UNESP.

Até o momento da elaboração deste estudo, não havia nenhum levantamento sobre os egressos da Geografia/UNESP, quanto ao perfil acadêmico ou o destino profissional. Dessa forma, as autoras fizeram um levantamento dos egressos titulados no Mestrado e Doutorado em Geografia/UNESP, a fim de saber mais sobre o perfil dos ingressantes, a avaliação que os alunos fazem do curso, qual é a situação profissional dos egressos (se estão trabalhando na área ou não, em que local e instituição) e como esses egressos avaliam o Programa de Pós-Graduação.

As informações foram coletadas e tratadas numa planilha, com as seguintes informações: ano da defesa, nome do egresso, Instituição de Graduação, Instituição de atuação profissional, cidade, estado e outras informações tais como: se na ativa, aposentado, desempregado, falecido, cursando Doutorado ou Pós-Doutorado no Brasil ou no exterior, dentre outras. Esses dados foram resumidos em gráficos e mapas e permitiu entender mais sobre a procedência dos egressos, as áreas de atuação profissional e a espacialização do destino profissional dos egressos.

A partir desta pesquisa, as autoras confirmam que a análise da atuação profissional dos egressos é parte importante para a avaliação dos Programas de Pós-Graduação, pois foi por meio deste estudo que comprovou-se que os egressos do PPG em Geografia/UNESP atuam majoritariamente como agentes formadores nas várias regiões do país e no exterior. De fato, eles trabalham ou trabalharam em altos cargos de Direção, Chefia e Coordenação tanto em Universidades Estaduais como Federais e Particulares, muitas vezes, atuando na implantação de novos Cursos de Graduação e/ou de Pós-Graduação.

Apesar do grande esforço das autoras em implementar esse instrumento de levantamento de dados sobre os egressos, elas pontuam alguns entraves para a realização da pesquisa, como a dificuldade de se comunicar com o egresso, por meio dos atravessadores Ex-Orientador e Programa de Pós-Graduação, aliado ao desinteresse do egresso em manter as informações no Lattes atualizadas. Ainda assim, elas consideram que a metodologia empregada foi eficaz para os objetivos do estudo, podendo inclusive ser replicada em outros Programas de Pós-Graduação, com as devidas adaptações que se fizerem necessárias.

Para que este levantamento tenha continuidade, as autoras destacam dois pontos para uma avaliação mais robusta. O primeiro ponto diz respeito à construção de instrumentos que forneçam os dados de forma sistematizada, para facilitar a coleta de dados. Elas sugerem a construção de uma ficha de atualização das informações, em que o concluinte deve preencher aquando da entrega de seu trabalho final. Além disso, as autoras apontam a importância de criar uma cultura de valorização dos dados de atuação profissional dos egressos, por parte dos próprios alunos. Isso facilitaria manter dados atualizados para avaliação dos Programas de Pós-Graduação. Da mesma forma, elas consideram importante que de tempos em tempos os egressos forneçam as informações relativas à produção intelectual.

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